O solo é o início, a base, o fundamento da vida vegetal e animal. O solo bem tratado tem a capacidade de otimizar os efeitos do sol e da água. Temos que tratar bem do solo e alimentá-lo adequadamente, porque dependemos diretamente dele. Todo o processo de produção orgânica se apoia nesse princípio.
E qual é o componente fundamental da saúde do solo? É a matéria orgânica, que resulta da decomposição de materiais encontrados em ambiente natural. É ela que garante a saúde do solo, o equilíbrio de seus fatores, a agregação necessária para que ar e água nele penetrem.
A matéria orgânica é particularmente importante nos solos tropicais. Em estado nativo, o solo tropical produz 5,5 vezes mais do que o solo temperado, portanto pode conduzir a produtividades muito mais elevadas.
Os solos temperados têm 2 milhões de micro-organismos por grama; os tropicais apresentam nada menos do que 15 a 20 milhões de micro-organismos por grama. São esses micro-organismos que fazem a diferença, por que trabalham a favor de um desenvolvimento melhor da planta.
A produtividade dos solos tropicais se apoia na reciclagem rápida da matéria orgânica para garantir microvida intensa em combinação com a forte relação entre a planta e micro-organismos.
Trata-se de vantagem para países como o Brasil, cuja localização geográfica permite tomar partido integral dessas vantagens.
Como garantir que a matéria orgânica esteja presente em níveis adequados no solo? Como evitar que seja reduzida ou mesmo perdida? Vamos responder a essas perguntas no próximo post.
Os micro-organismos do solo são contabilizados por peso e não por unidade. Pois bactérias, fungos, nematóides, ciliados, artrópodes possuem pesos diferentes. Então deveríamos avaliar a quantificação de acordo com a densidade populacional.
Fonte – Manual do Solo Vivo, A. Primavesi, pgs 16 e 17