A Adubação Verde tem sido motivo de crescente interesse devido em boa parte a uma combinação de aumento dos custos de nutrientes químicos e do crescente interesse em sistemas de produção ambientalmente corretos.
Recentemente tratamos do processo de fixação de Nitrogênio proporcionado pelas leguminosas através do Rizóbio (https://www.graoorganico.com.br/graoorganico/2019/09/19/como-as-leguminosas-promovem-a-fixacao-de-nitrogenio-no-solo/).
A adubação verde consiste na aplicação prática do princípio de fixação biológica de nitrogênio (FBN) através do uso de leguminosas, mas a FBN é apenas um dos pontos positivos da adubação verde. Dentre eles, convém ressaltar os seguintes além da fixação de nitrogênio:
- Adição de matéria orgânica ao solo, o que acarreta maior capacidade de retenção de umidade, conteúdo de nutrientes, melhora na textura do solo;
- Não apresenta problemas e custos relacionados com a logística e custo de transporte;
- Dispensa outros custos além da compra das sementes, pois não requer insumos químicos; dependência de fonte externa de fertilizante e nutrientes externos é reduzida;
- Cobre o solo durante bom período do ano; este é aspecto importante em clima tropical, para preservação da umidade do solo e da matéria orgânica, além de proteger o solo do vento e erosão;
- Dependendo do tipo de leguminosa selecionada e da cultura principal, pode ser usada em rotação ou consórcio.
Além dessas características, a adubação verde tem se revelado mais interessante do que o composto pelo fato de:
- Adicionar nitrogênio ao processo (diferentemente do composto, que aproveita o N já existente nos estercos);
- Requerer bem menos trabalho do que o composto, cujo preço é pouco viável para culturas de grãos;
- Não depender de reserva próxima de água, como é o caso do composto, cuja demanda de água é grande e fundamental para aplicação no seu processo de produção.
Desenvolveremos este assunto, inclusive apresentando uma comparação entre a aplicação de fertilizantes e a adubação verde nos próximos posts. Até lá!